Os 184 anos da Euterpe, banda mais antiga do Brasil e quarta da América
23/08/2009 - 12h47 (Ocimar Barbosa)
Imagem(s): arquivo
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Espalhando lirismo pelo ar, Corporação Musical Euterpe, a banda de música mais antiga do Brasil, representa um símbolo vivo da tradição de seu povo. É lembrada sempre como a mensageira da poesia do lugar onde nasceu, por meio de retretas na praça ou no caminhar garboso de seus músicos pelas ruas da “Princesa do Norte”.
A corporação musical que é a mais antiga do Brasil em atividade e a quarta da América, continua despertando o interesse das novas gerações para a prática da música de qualidade e esse poder de rejuvenescimento é o segredo de sua longevidade.
É atribuída ao Maestro João Batista de Oliveira, conhecido por João Pimenta no dia 22 de agosto de 1825 a fundação da Euterpe, banda de música que se mantém acesa, nobre, fascinante e jovem.
Passou por vários momentos de reestruturação, com Joaquim Gomes de Araújo (avô do maestro João Gomes de Araújo) em 1848. Mais tarde, Américo José de Farias, e depois João Antonio Romão também tiveram presenças significativas na história da Euterpe (do grego, deusa da música).
Em 1948, Leão Borges (médico e capitão do Exército) reanimou os músicos ao doar novos uniformes e novos instrumentos. Em 1954, o major Mário Agnelo Lacerda (tenente na época) deu uma nova dinâmica à corporação.
Uma história invejável
A história é rica de grandes e gloriosos momentos. A Euterpe já tocou no Rio de Janeiro a convite do Imperador do Brasil D. Pedro II e para o então governador Jânio Quadros em 1958.
Participou de um dos mais famoso programas de rádio que existiu, o “Lira de Xopotó”, da extinta Rádio Nacional que tinha a sede na cidade do Rio de Janeiro, essa apresentação memorável foi no dia 7 de março de 1964.
Para manter-se jovem e atraente aos novos músicos, o repertório é atualizado e adequado para seu tempo com os tradicionais dobrados, o maxixe, samba e outros ritmos da atualidade.
Enquanto muitas bandas morreram, a Euterpe luta para manter-se viva. Pela história que tem pra contar, sua existência é fundamental porque documentou boa parte da história e cultura de Pindamonhangaba e do Brasil
Luta pela sobrevivência
Sendo a Corporação Musical Euterpe declarada de utilidade pública em 1958, pelo então Governador Jânio Quadros, e incluída como acervo histórico do município em 1990 (lei orgânica municipal), seria redundante afirmar que a Euterpe tem que sobreviver. Isso é fato! Missão deixada por antepassados para que as gerações futuras tenham também um comprometimento com a banda que já tocou para barões e viscondes, governadores, e até imperadores.
Qual outra entidade pode ostentar tantas primazias?
E para continuar sempre jovem, atualizada, dinâmica, sobeja e orgulhosa de sua rica história, a banda conta com a união de esforços de todos os segmentos da sociedade.
A Euterpe não pode mais passar por situações constrangedoras como a de não ter recursos para a renovação de instrumentos, para troca de indumentária ou falta de transporte para apresentações em outras localidades
O “Projeto Orfeu, uma semente para o futuro”, poderá garantir a sobrevivência da entidade, enquanto promove a inclusão social. Preparada como signatária para receber seus alunos e desenvolver-lhes o sentimento de cidadania, civismo e amor pela música, a Euterpe tem condições de continuar desafiando o tempo e preenchendo os ares com suas maviosas melodias.
Projetos sociais futuros
A Corporação Musical Euterpe tem acalentado vários projetos sociais, dentre eles, o “Projeto Orfeu, uma semente par ao futuro”. A atual diretoria da Euterpe acredita piamente que um patrimônio como esse que representa a quase bi-centenária corporação, necessita de constante oxigenação.
Alem disso, é possível um trabalho paralelo com as comunidades, fazendo com que a criança ou o jovem sinta prazer em aprender música de qualidade, ficando assim distante do submundo que representa hoje a vida nos bairros
Pensando assim, um ideal da diretoria da Euterpe tem como meta trazer para o convívio da música as crianças e adolescentes que residem em bairros de periferia, ou ainda absorver jovens músicos que se desenvolveram no Projeto Guri, mas que agora não encontram locais e oportunidades para darem continuidade a um aprendizado.
O projeto já é desenvolvido em parte com o curso básico de teoria musical, mas essa iniciativa esbarra na falta de uma sede com espaço maior, o que impede que se trabalhe com um número grande de aprendizes.
A solenidade de comemoração dos 184 anos da Corporação Musical Euterpe aconteceu na noite de ontem, 22 de agosto, nas dependências da Prefeitura de Pindamonhangaba.
fonte site ; http://www.agoravale.com.br/agoravale/noticias.asp?id=16858&cod=2
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