FELICIANA MORAES CORRÊA OU CHANINHA,
A SANTA DA CURVA DO MIRANDA
Próximo aos limites
que separam os municípios de Goiana e Condado está localizado um antigo
engenho de fogo morto denominado Miranda, hoje cortado pela rodovia PE
62. De um lado está a antiga moita, ainda firme, porém sem a moenda, os
tachos, e a caldeira, embora o piso marcado ainda dá mostra de como
funcionava um engenho que viveu o período de mudança do banguê para o
uso do vapor. É um local que deve ser local de visita para aulas sobre a
história local. Do outro lado da rodagem está a imponente capela
dedicada à Senhora SantAna. Desde o século XIX o engenho pertence à
família Correia.
As modificações sociais levaram os
proprietários a viver longe dos engenhos e seuas estruturas foram
decaindo. A capela de SantAna quase ruía nos anos noventa do século
passado. Entretanto nos dias atuais ela está recuperada e as missas
dominicais são bastante concorridas. As pessoas que atualmente
frequentam a capela do antigo Engenho Miranda viajam de várias cidades
de Pernambuco e da Paraíba. Elas chegam para agradecer a interseção de
Feliciana Moraes Correa teria realizado junto a Deus. Eles veem
agradecer a Chaninha, nome carinhoso que recebeu ainda em vida, antes de
morrer em 1877 aos 15 anos de idade. Pelo que se sabe é que teria
morrido de febre tifoide, doença tropical muito comum naqueles anos.
Nascida em Timbaúba, no Engenho Pindoba,
passou a infância no Engenho Merepes e, vitimada pelo tifo, foi morar
no Engenho Miranda pra curar da doença, uma vez que seu tio Ludovico
Correia era médico. Evidente que se sabe pouco de Chaninha e a tradição
conta que, em vida, ela era preocupada com o sofrimento dos escravos da
família e com os moradores do engenho. Dizem que ela cuidava das feridas
dos escravos surrados e que distribuía, escondido, alimentos para os
filhos dos moradores. Por isso, ainda viva a chamavam de Santinha. Seus
pais teriam proibido
Chaninha de ajudar os escravos e isso teria feito ela sofre de uma febre alta. Quando ela ficou doente, dizem, uma tristeza tomou conta dos moradores e dos escravos do engenho. Seu corpo foi enterrado no piso da capela. Logo seus amigos, escravos e não escravos passaram a ter uma apreciação particular no local de sua sepultura, ali acendendo velas.
Chaninha de ajudar os escravos e isso teria feito ela sofre de uma febre alta. Quando ela ficou doente, dizem, uma tristeza tomou conta dos moradores e dos escravos do engenho. Seu corpo foi enterrado no piso da capela. Logo seus amigos, escravos e não escravos passaram a ter uma apreciação particular no local de sua sepultura, ali acendendo velas.
Alguns anos após a sua morte, em 1906,
quando foram retirar os restos mortais descobriram que seu corpo estava
intacto. A fama de que havia uma santa na região correu. Nos anos de
1940 abriram seu túmulo e, mais uma vez viram o seu corpo intacto.
Entretanto a Igreja jamais reconheceu a santidade de Chaninha.
Entretanto, desde que, cumprindo uma promessa José Machado Correia fez a
restauração da Capela de SantAna, agradecendo a graça obtida pela
intercessão de Chaninha, tem aumentado o número de pessoas que para lá
se dirigem.
Bibliografia;
LIRA, Rozalves Rafael. ”A CURVA DE MIRANDA”, UMA GEOGRAFIA SAGRADA : INFÂNCIA E SANTIDADE NOS ENGENHOS DA MATA PERNAMBUCANA (1870-1940). Mimeo. Projeto de Pesquisa. 2010
Texto escrito por Severino Vicente da Silva
fonte : http://biuvicente.com/programa/?p=416
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